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Meditação
Meditação e Ioga
Ioga é uma forma de meditação cujo objetivo é compreender que o Eu individual e a totalidade do Universo não são distintos. Quando se se experimenta isso, experimenta-se a unidade - parte de um todo maior e ao mesmo tempo parte de si mesmo - a "individuação" nos termos jungianos, o "self".
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Ioga significa emparelhar a mente individual com a totalidade do Universo.
Primeiramente devemos libertar-nos da confusão entre o que é "eu" e o que é "não eu". Essa ignorância é a base fundamental dos males, desníveis, desentendimentos - sobretudo do desequilíbrio entre os princípos masculino e feminino presentes em cada um de nós.
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Essa libertação pode principiar com uma prática regular de meditação - gradualmente ir descobrindo a importância da paz interior e do relaxamento, do conhecimento espiritual e da sabedoria e, conseqüentemente, ir descobrindo como aproveitar melhor a vida.
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Posteriormente, pode-se aprofundar na ioga, como é entendida tradicionalmente - posturas, respirações, alinhamentos...
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É importante descobrir-se "métodos apropriados"... A regra básica de qualquer escola iogue é sentir-se confortável. Para tanto, podemos precisar de algum esforço no começo, mas nunca "forçar"" posturas inadequadas ao nosso próprio sistema corporal, aos nossos ritmos e pulsações individuais. Devemos, sim, buscar o conforto adequado às nossas limitações. Com o tempo e a prática, aprendemos como ultrapassar nossos limites sem maiores esforços.
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Evidentemente também é necessário adotar um sistema próprio de organização e disciplina. Meditar com a maior freqüência possível, por exemplo. Ao meditarmos todos os dias, tornamos nossa mente mais flexível, mais aberta, menos ligada às suas própria emoções, como sentir mágoa ou medo. Tornamo-nos mais conscientes delas e deixamos que se esfumem. E, sobretudo sem culpa: se perder um dia, uma semana, ou deixar de meditar durante uma viagem... Basta voltar a meditar, entrando no clima com suavidade e vagar... Não precisamos nos tornar "iluminados" em tempo X... É preciso muito tempo e muita paciência... Na maioria das vezes, o percurso é muito mais encantador que a chegada.
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Meditação e Ioga significa um casamento perfeito - no sentido de que a ioga torna-se um dispositivo de concentração da meditação. Como na psicometria: quando seguramos um objeto, ele nos ajuda a concentrar a energia.
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Dessa combinação - meditação + ioga - extraímos uma mudança no nível da nossa consciência física, mental e espiritual. Alcançar a "iluminação" - proposição básica de todas escolas iogues -, por exemplo, não acontece por um passe de mágica. Nós a criamos passo a passo, dia a dia, através de métodos e esquemas e posicionamentos que nós mesmos vamos aprendendo a criar com a descobertas dos nossos próprios ritmos. Aumentando nosso nível de consciência, iremos compreendendo melhor os nossos processos superiores e inferiores, e iremos descobrindo que há mais vida além do nosso cotidiano e dos nossos negócios e preocupações comerciais. Aumentando a nossa consciência, podemos ajudar a melhorar o planeta.
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Ao longo do aprendizado vamos percebendo como combinar movimento e ação, inércia e rotina, ritmo e harmonia, equilíbrio e paz.
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Objetivamente, em nosso corpo físico, vamos aprendendo como fazer circular a respiração de maneira a desbloquear zonas de tensão, tornando nossas articulações mais flexíveis, alongando tendões, amaciando nossos músculos e tornando-os mais firmes e bem definidos. Em suma, vamos aprendendo a equacionar a proposição: rigidez + flexibilidade + posturas corretas + respirações adequadas aos nossos ritmos = integridade.
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A corda de um instrumento musical deve estar suficientemente tensa para poder reproduzir um som, um resultado concreto. Mas, ao mesmo tempo, deve estar suficientemente relaxada para que o som seja harmonioso, criativo, e não um mero barulho dissonante. Nossa consciência superior é como a música: ela deve estar simultaneamente atenta e calma, ativa e serena.
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Através desse aprendizado - meditação + ioga -, podemos ser capazes de criar em nossa vida um ambiente propício para que a música da alma possa soar. E, soando, seja ouvida e compreendida.
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Norberto José Teixeira
março de 2004
Josana Camilo
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