bhavana
Índice
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Introdução
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Energia
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Simplificando a existência
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Simples mas não fácil
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Treinando a mente
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Súmula
Bhavana
Simplificando a existência
Sem que seja necessário nos desfazermos das nossas crenças e convicções, acessando com tranqüilidade o nosso próprio ritmo interno para nos aquietar, podemos entender que existem variadas abordagens e diferentes maneiras de ver o mundo e interagir sensatamente com ele – Conhecendo-as, enriquecemos a nossa própria percepção.
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Acalmando a mente e abrindo os ouvidos internos para escutar nossas vozes interiores, aos poucos vamos descobrindo que voz priorizar, qual voz atender, e perscrutar de onde provêm essas vozes. Gradualmente, iremos elaborando ferramentas para nos mapear e conviver de maneira adequada, buscando conforto, com nós mesmos e com os outros, isto significando o simples trabalho de simplificar a existência.
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No entanto, chegar à simplicidade é fruto de uma longa trajetória que requer paciência, perseverança e esforço concentrado através de treinar a mente. Como uma primeira conseqüência, atingimos uma mudança de mentalidade para uma nova consciência, introduzindo um processo de redução pelas vias cognitivas, emocionais, sentimentais e inconscientes que, por sua vez, nos induz a estabelecer um pacto espiritual.
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A partir daí, descobrimos que somos responsáveis por nós mesmos. Quem vai fazer a trajetória, somos nós. Os parâmetros da mediação – iluminação, graça, esclarecimento, plenitude, êxtase - , somos nós que traçamos com esforço concentrado, empenhados na construção do nosso caminho espiritual, do nosso posicionamento diante da vida.
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Também iremos adquirindo a compreensão de que fazemos parte de uma grande teia abrangente de conversações consensuais – Universo, planetas, pessoas, bichos, plantas – tudo está interagindo consensualmente, ao mesmo tempo. Nossas ações, nossas palavras faladas e escritas, reverberam como as ondas de um lago, sendo a pedra jogada o elemento simbólico da ação humana. Isso nos torna responsáveis por nós mesmos, pelo meio onde vivemos e pelo universo inteiro.
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Simplificando nossas vidas, vamos descobrindo como arejar os espaços, disponibilizando-os para que o vazio se instale, desentulhando nossas existências das coisas materiais que que exigem ser mantidas, usurpando nosso tempo. Assim, estaremos evitando culpas e remorsos por uma vida alimentada pela avidez e por apegos que debilitam nossos sonhos, desafios, revoluções, não deixando espaço para aspirações de transformação e mutação.
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Estabelecendo uma diretriz para a prática da presença mental, com a consciência da respiração, a atenção plena aos pensamentos, a observação de nós mesmos, o silêncio, uma energia concentrada e uma distensão, percebemos que temos como parte integrante uma sabedoria contemplativa rudimentar a ser trabalhada – não precisamos de coisas extremamente complexas, distantes de simples exercícios humanos. Atenção plena, presença mental, é a via menos complexa que temos para nos familiarizar com nós mesmo, eliminando os riscos de soterrarmos nossa sabedoria natural.
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Mas é fundamental que conheçamos nossas aspirações pessoais. Se não tivermos essa consciência, estaremos navegando contra elas, provocando sofrimentos intensos dentro de nós e insufuciência nas nossas ações. Quando estamos distanciados de nós mesmos, do nosso mundo, estamos distanciados de nosso potencial. Devemos nos conscientizar de que temos um potencial e cultiva-lo através de nos escutarmos internamente. A fidelidade a nós mesmos, à nossa própria natureza, é essencial para a realização de uma vida.
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A prática da presença mental é um instrumento de saúde interior, um ajuste para que nossas ações se tornem luminosas. Compactuando com o ritmo da respiração, que é o ritmo da vida, nossas ações beneficiam não só a nós, mas a toda a vibração em conjunto.
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Norberto José Teixeira
abril de 2003
Josana Camilo
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